quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ser Botafogo - por Artur da Távola

Ser Botafogo é possuir uma espada de fogo e luz para enfrentar, iluminar e desbravar.
É apreciar claras definições e alternativas extremas: a do branco e do negro. É ser súbito, safo, seguro de si.
É saber o que quer e querer o que sabe.
É ser estrela, solitária ou solidária, é tomar partido, ousar e desbravar.
Ser Botafogo mistura nobreza sem aristocracia com popularidade sem demagogia.
É furar, varar, ultrapassar, chegar, enfrentar pedradas, tormentas e adversidades e sempre conhecer a melhor matéria do próprio sonho.
É insistir e crer onde os fracos desistem. É sobranceira, guerra, gorro, rasgo, Biriba, Carlito Rocha, Macaé e superstição.
É adorar o embate para torrar e moer a emoção. Ser Botafogo é clarão do alto da montanha, é esquina carioca, atrito, vontade de “saldanhar” a opressão, é águia, água-forte, firmeza, mais ciência e fúria que pausa ou vacilação.
Ser Botafogo é “garrinchar” a vida com a elegância de um Nilton Santos e as peraltices de Quarentinha.
É gostar de peleja, vitalidade, capacidade de decidir, autenticidade, batida de limão, filé com fritas, passear na chuva, sanduíche de mortadela, filme de heroísmo, goleiro valente, contrastes intensos; é curar gripe com alho, mel e agrião.
Ser Botafogo é saber discordar da desconfiança. É deprimir-se e recolher-se até voltar a labareda. Aí é bater de frente, olhar firme, detestar receio, medo, pântano, mentira e derrisão.
É conhecer o risco e ousá-lo e tudo fazer com categoria e vontade de viver. É vencer.
Ser Botafogo é não desistir de insistir, de teimar e buscar. É faca, fato, feito, festa, furor. Queimadura.
Ser Botafogo é buscar a forma nobre de competir e saber empunhar a estrela da vitória maior.
É fazer da vida festa e furacão; flor e labareda; esperança e realização.

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