segunda-feira, 27 de maio de 2013

Botafogo vence etapa Mata Atlântica e avança à fase final da Supercopa

Se o Botafogo se reencontrou no futebol, o que ficou claro no campeonato estadual, o vôlei do clube parece seguir o mesmo caminho. Após ficar afastado por 29 anos das competições a nível nacional, a equipe da estrela solitária sagrou-se campeã da etapa Mata Atlântica da Supercopa de vôlei, em Uberlândia (MG). O Alvinegro venceu o anfitrião Uberlândia Tênis Clube por 3 sets a 1, com parciais de 25/18, 25/22, 23/25 e 25/21, carimbando o passaporte para as finais, em Brasília (DF), de 18 a 23 de junho.

No jogo de abertura da etapa, na última sexta-feira, o Botafogo passou com facilidade pelo Rio Branco (SP), superando os rivais por 3 sets a 0. Na segunda rodada, no sábado, os paulistas se recuperaram e derrotaram os mineiros por 3 sets a 2. O último e decisivo jogo definia quem levaria o título: Botafogo ou Uberlândia.


Para o técnico do time campeão, Walner Rodrigues dos Santos, o apoio dos dirigentes do clube foi essencial para a vitória.

- O time fez uma boa partida, equilibrada e com um ritmo de jogo mais forte do que os outros. Esse foi o nosso diferencial, assim como o entrosamento - ressaltou o treinador, que aproveitou para agradecer ao apoio do gerente do Botafogo, José Carlos Rodrigues Júnior, e do presidente da Federação, Carlos Reinaldo Pereira Souto.

Thiago Aranha, que hoje é jogador do vôlei de praia e foi contratado pelo Botafogo para a disputa da Supercopa, falou sobre a experiência de jogar com os mais jovens.

- A vitória foi fruto do nosso ótimo trabalho, agora é aproveitar o tempo que nos resta até a final e trabalhar esta mescla de juvenil com adulto na equipe, visando sempre o mais alto - contou.

Um dos destaques do Uberlândia, apesar das duas derrotas, foi o levantador Casimiro, que demonstrou segurança ao longo da disputa.

- Os jogos foram bem proveitosos. Mesmo não conhecendo três jogadores que entraram recentemente (Lucão, Edinho e Rafael Pará), não errei as bolas para eles e cumpri as orientações do técnico. Vamos continuar o trabalho nas próximas competições - reforçou Casimiro.

O campeão olímpico Nalbert foi o embaixador da etapa Mata Atlântica e marcou presença na final. Descontraído, distribuiu e autografou camisetas, e tirou fotos com alguns torcedores.


A Supercopa, dividida em seis etapas, reúne equipes de todas as regiões do país. A primeira foi a Cerrado, em Anápolis (GO), vencida pelo Monte Cristo, de Goiás. Esta semana, quatro equipes disputam a etapa Dunas em Fortaleza, enquanto Chapecó (SC) recebe a etapa Pampas e Maceió (AL) a Litoral. Na próxima semana, Manaus (AM) sediará a etapa Amazônia. Os campeões de cada uma se classificam para a fase final, em Brasília, que irá distribuir R$ 30 mil em prêmios para 12 jogadores e três membros da comissão técnica.


Confira os resultados da etapa:

Sexta-feira - 24 de maio

Botafogo (RJ) 3 x 0 Rio Branco Esporte Clube (SP) - (25/17, 25/21 e 25/23)

Sábado - 25 de maio

Uberlândia Tênis Clube (MG) 2 x 3 Rio Branco Esporte Clube (SP) - (17/25, 25/16, 25/21, 18/25 e 15/11)

Domingo - 26 de maio

Uberlândia Tênis Clube (MG) 1 x 3 Botafogo (RJ) - (25/18, 25/22, 23/25 e 25/21)


Fonte: Globoesporte.com

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Características imprescindíveis do Administrador moderno


O mercado de trabalho está passando por profundas transformações e cada dia mais os profissionais, principalmente os de nível executivo, estão se confrontando com novos desafios, seja nas relações de emprego e trabalho ou nos novos conceitos surgidos com a evolução tecnológica.  Sendo assim, o administrador da atualidade precisa se preparar para esse processo e apresentar uma série de características imprescindíveis para o seu sucesso e crescimento junto à empresa.

Para o administrador moderno, estar dentro das exigências do mercado é o primeiro passo para conquistar uma posição de respeito, a começar por obter uma formação diversificada e ter o domínio fluente de maior número possível de línguas estrangeiras. Porém, o perfil de um gestor da atualidade, engloba muito mais características fundamentais a esse processo de amadurecimento e crescimento da organização.

Entre esses atributos essenciais estão: à visão holística, que é uma percepção ampliada e articulada de todos os processos da empresa, ou seja, identificar os problemas e apresentar soluções para a organização; a administração interpessoal, onde a função do gestor é promover o bem estar e o convívio sustentável dentro de um grupo; saber se comunicar, pois é através da boa comunicação que o administrador consegue vender para o seu público e parceiros a visão e missão da empresa; criatividade e pró-atividade para desenvolver projetos e campanhas; ética nos negócios e com a equipe; empreendedorismo; além de rapidez para administrar mudanças e reagir positivamente a elas; senso de responsabilidade social e estar atento às oportunidades do mercado.

O administrador do novo século deve ainda entender de informática, de mercado, de produção, de logística, de finanças e de orçamento, enfim, precisa saber administrar. Neste sentido, é possível concluir que diante dos paradigmas da atualidade, para ser tornar bom administrador é imprescindível que haja conhecimento de tudo que acontece dentro e fora da organização e, principalmente, lidar com o tumultuado e competitivo mercado de trabalho. 

Fonte: SINAERJ 
Data: 21/05/2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

Puma x Adidas, rivalidade muito além do campo!


A final da Champions League de 2013, entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund, vai muito além dos clubes. Suas fornecedoras, Adidas e Puma, nasceram na mesma família, entre irmãos.

Tudo começou com em 1920, quando os irmãos Adi e Rudolph (Rudi) eram sócios da Dassler Brothers Sports Shoe Company. Adi era responsável pelo design e fabricação dos sapatos enquanto Rudolph atuava como vendedor da empresa.

Em 1936 os irmãos Dassler ganharam exposição mundial ao patrocinar o a estrela americana Jesse Owens, quando ele ganhou 4 medalhas de ouro nas Olimpíadas. Assim os irmãos ganharam fama mundial, aumentando a demanda por seus produtos.

A rixa entre os dois irmãos começou durante a segunda guerra mundial. Os Aliados estavam borbardeando Herzogenaurach, e Rudi e sua mulher estavam escondidos em um abrigo anti-aéreo. Adi e sua mulher pediram proteção no mesmo local, quando entraram Adi declarou "Os bastardos imundos estão voltando de novo", referindo-se as forças Aliadas. Rudi, porém, foi convencido de que esta observação foi dirigida a ele e sua esposa e, desde então, a relação entre os irmãos foi por água abaixo.

Rudolph foi convocado para a guerra, e ele suspeitava que era uma trama de seu irmão Adi e sua esposa para de tirá-lo de seu caminho no trabalho. Rudi foi preso por abandonar seu posto e, em seguida, pelos Aliados, sob suspeita de trabalhar para a Gestapo, a polícia secreta de Hitler. 

Rudi estava convencido de que seu irmão tinha o entregado, as suspeitas foram confirmadas por um relatório entregue por um oficial de investigação norte-americano. 

Durante esse período, Adi reconstruiu o negócio dos irmãos e e começou a vender sapatos para soldados norte-americanos.

Os irmãos deixaram de ser sócios, oficialmente, em 1948, dividindo os ativos e funcionário entre si. 


Adi nomeou sua empresa de Adidas, união do seu primeiro nome (Adi) e o último (Dassler). Seu irmão tentou fazer mesmo (Ruda), no entanto, mais tarde, mudou para Puma depois de alguns conselhos de uma agência de publicidade. 

Os irmãos construíram suas fábricas de frente um do outro ao longo do rio Aurach.


A rivalidade entre os dois cresceu rapidamente, a cidade inteira se envolveu, vendo que a Puma e a Adidas as potências econômicas da cidade. Chegando ao ponto de pessoas só se envolverem com pessoas da Puma e vice-versa, incluindo relacionamentos como casamento.

A cidade rapidamente ficou conhecida como "A Cidade dos pescoços tortos", pois as pessoas se curvavam para baixo para ver que tipo de sapatos que estavam usando antes de iniciar uma conversa.

A religião e a política também desempenharam um papel na rivalidade entre as duas marcas. Adidas foi vista como protestante e social-democrata, enquanto Puma era vista como católica e politicamente conservadora.

A rivalidade entre as duas empresas levou-as a se concentrar demais em competição entre elas, tornando mais fácil para a Nike a emergir como uma das marcas mais bem sucedidas do mundo.

Nenhuma das marcas agora é controlada pelos descendentes dos irmãos Dassler. Em 2009, o chefe da Adidas Herbert Hainer e chefe Puma Jochen Zeitz jogaram na mesma equipe em um amistoso como um símbolo de paz entre ambas as marcas, terminando a disputa que começou com os irmãos.

A Adidas pode ser considerada a vencedora da batalha entre os dois irmãos. A marca das três listras registrou 14 bilhões de euros em vendas frente a 3 bilhões da Puma em 2012.

Fonte: Coleção Futebol
Texto: Eduardo Trigo

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Botafogo conquista 2ª Regata do Estadual de Remo e segue soberano


Campeão Estadual no futebol, o Botafogo deu mais um presente à sua torcida. Neste domingo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, o Alvinegro conquistou a 2ª Regata do Estadual de Remo e disparou na frente pelo título Carioca. Com ampla vantagem, o Fogão somou 99 pontos, contra 86 do Flamengo, que ficou com a segunda colocação. A próxima Regata será no dia 16 de junho.

No dia de atuações impecáveis de seus atletas, o Botafogo dedicou seu título ao eterno barqueiro Irineu Ferreira, que faleceu este ano.  Nos uniformes dos atletas, destaque para o rosto de Irineu e a frase “No barco de nossas vidas”. A Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (FRERJ) homenageou o Amigão da Lagoa com um minuto de silêncio.

O Botafogo teve um excelente início de ano. Os atletas do clube foram destaque na Seletiva Nacional e no Sul-Americano, no qual conquistaram quatro medalhas de ouro para o Brasil e oito de prata. Vencedor das duas primeiras Regatas, o Glorioso confirmou sua força. O Estadual de Remo tem um total de 6 Regatas e será disputado até outubro. Conquista o campeonato quem acumular o maior número de pontos em todas as provas.

“Estamos colhendo os frutos do trabalho iniciado em 2009 pelo presidente Mauricio Assumpção, que está de parabéns e também faz parte desta conquista. Ele acreditou no nosso sonho e está querendo que o Botafogo seja campeão também no Remo. As coisas estão amadurecendo e se Deus quiser seremos campeões de terra e mar”, falou o Diretor de Remo e Financeiro Marcelo Murad.

O Presidente em exercício Paulo Mendes, o VP de Remo Daniel Cohen, Grande Benemérito Hugo Ibeas, o Diretor Executivo Sérgio Landau e a Diretora Social Cristina Aranha prestigiaram a conquista dos alvinegros.

Com a Taça em mãos, os atletas vibraram muito com a conquista e gritaram por diversas vezes o nome de Irineu ferreira, lembrado com enorme carinho e respeito por todos que amam este esporte.

Assessoria de Imprensa
BFR Esportes Olímpicos

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Botafogo Vice-Campeão Brasileiro de Polo Aquático Sub-19


Os meninos do Sub-19 de Polo Aquático do Botafogo fizeram bonito neste final de semana. Após eliminarem o Pinheiros de São Paulo nas semifinais (08 x 06), ficaram com o vice-campeonato do Brasileiro da competição ao serem derrotados pelo Sesi-SP por 05 x 07.

Parabéns ao Diretor Ique, aos treinadores Ângelo Coelho e João Brandão e aos atletas Henrique Lopes, Felipe Benetti, Matheus Moreno, Fernando Bianchi, Leonardo Mansur, William Nascimeto, Lucas de França, Vitor Almeida, Logan Oliveira, Roberto Olaio, Felipe Oliveira, Andrey Lopes, Leonardo Pontes, Matheus William, Luis Ricardo, Leonardo Moniz e Caio Serpa.

A competição foi realizada na piscina do Mourisco-Mar.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Confira as partidas do Botafogo na Supercopa Banco do Brasil

A Confederação Brasileira de Voleibol divulgou a tabela da etapa Mata Atlântica da Supercopa Banco do Brasil, que será realizada na cidade de Uberlândia (MG).

Seguem os jogos:

24/05/2013 - 19:30 - BOTAFOGO x RIO BRANCO (SP)

25/05/2013 - 17:00 - UBERLÂNDIA (MG) x RIO BRANCO (SP)

26/05/2013 - 11:00 - UBERLÂNDIA (MG) x BOTAFOGO

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Confira os atletas inscritos pelo Botafogo para a Supercopa Banco do Brasil de Vôlei

O Botafogo oficializou nesta quinta-feira (02/05) sua inscrição para a etapa Mata Atlântica da Supercopa Banco do Brasil de Vôlei. Esta etapa terá como sede Uberlândia e será realizada no período entre 17 e 20 de maio.

Seguem os inscritos:

01 - Thiago Aranha (ponteiro)
02 - Ramon (central)
03 - Paulo Vítor (ponteiro)
04 - Reinaldo (ponteiro)
05 - Dudu (levantador)
06 - João De Paula (oposto)
07 - Natan (líbero)
08 - Yan (oposto)
09 - Marlon (levantador)
10 - Antônio (central)
11 - Danilão (central)
12 - Carlão (central)
13 - Kadu (central / oposto)
14 - Brad (oposto)
15 - Bernardo (levantador)

Técnico - Walner Rodrigues
Assistente Técnico - Ângelo Nassif
Preparador Físico - Max do Vale
Fisioterapeuta - Marcel Araújo

Vice-Presidente de Esportes - Haydeu Queiroz
Diretor de Voleibol - Alexandre Araújo
Gerente de Esportes - Juca Junior

Com as próprias luvas / O anjo negro

Transcrevemos duas crônicas do excelente José Roberto Padilha. Brilhante como jogador, treinador e agora Secretário de Esportes do Município de Três Rios.


COM AS PRÓPRIAS LUVAS

Sabem daqueles episódios cuja simples lembrança nos dão desconforto, náuseas e ânsia de vômito? Tipo Treblinka, a visão de magérrimos judeus em fila rumo ao extermínio, ou um remake sobre a Escola Base, em São Paulo, quando uma família de educadores foi linchada pela precipitação de pais e irresponsabilidade de um delegado. No futebol nada me incomoda mais do que as histórias sobre Barbosa, nosso goleiro da Copa do Mundo de 1950, atirado às bruxas por não ter evitado o gol de Gighia que deu o título ao Uruguai. A cada lembrança, cada Baú do Esporte revivido traz à tona desnudando, até o seu falecimento, magoado, pobre e esquecido, uma das maiores injustiças que o esporte já proporcionou. Em seu ultimo depoimento, deixou uma confissão de mágoa: “A escravidão do Brasil já acabou há muito tempo, eu devo ser o ultimo que ainda não fui liberto!”. 

Barbosa tem sido, desde então, o símbolo maior do racismo nacional, cínico e enrustido, que pulveriza o acesso dos negros à igualdade social, negando-lhes oportunidades a partir das discutíveis escolas públicas colocadas à sua disposição, cujo meio expediente só lhes qualifica para ocupar o terceiro, quarto andar das sobras do mercado de trabalho.

No Fluminense dos anos 70 em que me formei, o acesso a parte social lhes era terminantemente proibido. Piscina? Toninho Baiano, Carlos Alberto, Pintinho, Erivélton e Cafuringa, meus melhores amigos, nem suas dores musculares poderiam nelas relaxar. Chegaram a abrir um portão, na Rua Pinheiro Machado, para evitar o contágio com os associados. Quando conquistamos o título nacional de 1970, Francisco Laport, o desavisado presidente, prometeu no vestiário da vitória um título de sócio proprietário para cada jogador. Na segunda, na realidade pó-de-arroz de seu gabinete, lhe mostraram o elitista estatuto que impediria à distinção. Alguém lhe sugeriu um titulo simbólico pro capitão, aí lembraram que era o Denilson, o “Rei Zulú”, e o presente acabou caindo no colo do Félix, branco e tricampeão, que a partir daí assumiu a braçadeira e a anistia para entrar pela porta da frente.

Todo este trauma nos reacendeu assistindo a ultima grande exibição do goleiro Jefferson, do Botafogo, no ultimo sábado, onde pegou até pênalti. Goleiro menos vazado do estadual, melhor goleiro do país em atividade, a questão é: às vésperas de uma nova Copa do Mundo, em casa, estará nosso país preparado para não cometer a outra injustiça? Sacrificar outro inocente?

Muita coisa mudou de 1950 pra cá no esporte, e a favor dos negros. Foram melhores com os pés (Pelé), com as Mãos (Michael Jordan), com os tacos de golfe (Tiger Woods) com as pernas em velocidade (Usain Bolt) e em distância: desde então nunca mais algum branco alcançou os quenianos nas corridas. Fora dos esportes, pouca coisa avançou: as edições da Revista Caras, o diário oficial dos bem sucedidos, tem postado, em média, 268 fotos coloridas, envolvendo 800 celebridades. Delas, apenas quatro são negros, quase sempre dois deles estrangeiros.

Mesmo assim, Luiz Felipe Scolari, em 2002, no auge de Dida, preferiu se acomodar no dito popular, no preconceito enraizado, não arriscar e dar a camisa nº 1 ao Marcos. De volta à seleção, tem preferido escalar Diego Cavallieri como titular. Outras vezes, anda insistindo no Barbosa anistiado branco, Julio César, atualmente reserva no Queens Park Rangers, recém rebaixado na Inglaterra. 

Millôr Fernandes dizia que, no Brasil, não há racismo porque o negro conhece o seu lugar. Mas e no gol do Brasil, será que, no momento, alguém defenda aquela ultima trincheira melhor do que o Jefferson? 

Domingo tem Flu x Botafogo na decisão da Taça Rio. Jefferson x Diego Cavallieri. Espero que meu tricolor vença, mas que Jefferson seja novamente o melhor em campo, torne-se uma unanimidade durante o Campeonato Brasileiro para ano que vem promulgar, com as próprias luvas e durante a Copa do Mundo, uma nova lei do gol livre. A Lei Jefferson. Um sistema de cotas, reparações e libertações que permita a qualquer brasileiro, independente da sua cútis, defender tanto o gol da sua seleção como atuar, de igual para igual, em qualquer posição dentro da sociedade.


Obs.: Com todo respeito ao excelente Zé Roberto, o Blog torce para a vitória do Botafogo.


 O ANJO NEGRO

Confesso que não tive a melhor das impressões quando ele desembarcou no galeão e a torcida do Botafogo, em completa euforia, o carregou no colo enquanto um ídolo seu, Loco Abreu, com serviços mais que prestados e títulos alcançados, deixava o aeroporto em silencio pela porta dos fundos. Tratava-se de uma enorme injustiça, mas ele, Clarence Seedorf, não tinha nada com isto. Chegara ao Brasil para se despedir do futebol e escolhera o país da sua amada para jogar suas ultimas temporadas. Mas desde o primeiro minuto que vestiu o colete e treinou em General Severiano, exibindo um refinado toque de bola junto a um sorriso e uma simpatia incomum aos grandes craques, passou a fazer diferença. Dentro e fora de campo.

Domingo, no final da taça Guanabara, não havia um só torcedor no hotel em que assisti a decisão, e eram muitos, de todas as torcidas, que não vibravam por ele. Os mais revoltados apenas questionavam: mas porquê o Botafogo? Ele não poderia ter ido para a Gávea? Atuar no meio campo do Flu ao lado do Deco? Ah! Seedorf, se todos os ídolos fossem igual a você. Não fossem pegos tarde da noite, alterados, abordando travestis ou flagrados no antidoping, tendo que devolver medalhas e gerar frustrações nos que torceram por ele. Não transformassem suas mansões em rodas de samba, que varressem madrugadas, ou não passassem doze horas por dia gravando propaganda no lugar de treinar e valorizar seu principal produto, que é o futebol. 

Seedorf não é artista pra dar beijinho no trânsito, como o Fred, não é metido a Hulk, como o Bernardo, nem se descontrola com facilidade como o Carlos Alberto. Foi pego na noite, sim, mas com a esposa na Sapucaí. Vai ao Barra Shopping e a praia como todo carioca, porém acorda cedo e vai trabalhar, como todo operário. Se o Botafogo teve um anjo das pernas tortas, que marcou sua história, era de se esperar que o s deuses do futebol reservassem a nova geração que não conheceu Garrincha, a do meu filho Guilherme, um novo anjo, negro, para manter sua estrela mais brilhante e menos solitária.

Poucos no esporte alcançam seu fundamental papel social, de dar exemplo para os meninos que se lançam em escolinhas, e quanto mais alto se exibirem, mais taças levantarem, maior será a repercussão e a luz que irradiarão por todos os campinhos. Por favor, Felipão, naturalize o Seedorf. Seria uma gentileza a tantos países que adotaram nossos craques. Coloque-o na seleção brasileira ao lado do Fernando, do Paulinho e do Zé Roberto. Se você não vencer a Copa do Mundo, pelo menos devolverá a nação um fundamento, talvez um detalhe, por que não, uma índole há muito esquecida pelos gramados, pelos corredores do senado, pela felpuda raposa que deram a missão de zelar por nossos, coitados, direitos humanos: ética, respeito e caráter.