Homenagem ao Vôlei Mirim Feminino do Botafogo

"Mudaram as estações, nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim tão diferente

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre

Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou

Quando penso em alguém só penso em você

E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar agora tanto faz

Estamos indo de volta pra casa

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar agora tanto faz

Estamos indo de volta pra casa"

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acaba..." É mirim... acabou.

Quando comecei a trabalhar como Diretor de Voleibol do Botafogo, e falava que só me daria por satisfeito quando ajudasse a criar uma geração vencedora no feminino, fui motivo de deboche de muitas pessoas, que achavam isto impossível.

O trabalho foi árduo, espinhoso, mas muito gratificante. Termino este 2011 com a sensação do dever cumprido.

Quando começamos a fazer a reestruturação no vôlei feminino do Botafogo, recebemos diversos currículos e outras tantas indicações. Profissionais com 5, 10, 15 e até 20 anos de experiência. Só que resolvi trazer para mim a responsabilidade desta indicação. Após pensar bastante, decidi em dar vez a um ex-atleta do clube. Campeão em todas as categorias, tanto no Tijuca, como no Botafogo e na Seleção Carioca. Foi assim escolhido Pedro Henrique.

Ao assumir, ele tinha apenas seis ou sete atletas. Poucas queriam jogar no Botafogo. Aos poucos o trabalho foi tomando corpo. Mas foi um 2010 muito difícil, com muitas derrotas e ao final do ano um 13o. lugar no Brasileiro (Taça Paraná) e um 7o. lugar no Estadual.

Como o time em 2010 era formando basicamente por pré-mirins, 2011 começou com muita esperança da nossa parte. Ganhamos o 1o. turno, tivemos quatro meninas na Seleção Carioca, outras quatro na Seleção de Três Rios e em outubro a Taça Paraná, que nada mais é que o Campeonato Brasileiro das categorias de base.

No Paraná fomos passando por cada adversário: FUBE (SC), Positivo (PR), Flamengo (RJ), Integração (PR), Círculo/Dom Bosco (PR) e Tijuca (RJ) foram os adversários nas fases iniciais.

Na semifinal um 3x2 em cima do Sogipa (RS). Este jogo, sem dúvida alguma, foi o mais emocionante que presenciei na minha vida esportiva.

Final contra o Fluminense (RJ), campeão em 2010. No primeiro set deu Fluminense, no segundo Botafogo, no terceiro Fluminense e no quarto quando perdíamos por 22x24, uma reação espetacular. Júlia com a mão enfaixada bloqueia um ataque do Fluminense e depois faz mais um. Luciana no saque fecha o quarto set. No tie-break, vitória por 15x07.

Na volta ao Rio, passamos pelo Tijuca e chegamos à final contra o Fluminense, que merecidamente conquistou o Estadual, pois jogou melhor nas duas partidas.

Mas como diz a música "Mas nada vai conseguir mudar o que ficou...".

Malu, que chegou no meio do ano e foi conquistando o seu espaço.

Mari, que escolheu vestir a nossa camisa e cresceu absurdamente.

Lulu, que tem na família um exemplo de união e amor ao esporte.

Juju Greco, que logo na primeira vez que a vi na escolinha, sabia que tinha ali uma campeã.

Vickzinha, corajosa e determinada.

Juliana, que já passou por três gerações diferentes e que nunca desistiu do Botafogo.

Larha, que também passou por dificuldades e sempre acreditou no nosso clube.

Isabella, outra que também sofreu bastante, mas que nunca abandonou o barco.

Júlia, que chegou no início do ano, e termina este como uma das destaques.

Blandine, outra heroína da resistência do pré-mirim de 2009 (quem não se lembra do Torneio em Niterói?!?!).

Gabirú, mesmo sendo "cantada" por adversários, não desistiu do clube.

Joana, sofremos com você em 2010 e nos acabamos de rir com suas brincadeiras.

Alyne, quem não se lembra do Ginásio de Três Rios gritando "Alyne, Alyne"?!?! O abraço que recebi ao final do jogo contra o Sogipa, nunca mais sairá da minha memória.

Fernanda, e o sofrimento de não ter ido ao Paraná.

Bárbara, e suas caras e bocas.

Mariana Lisboa, e o incansável Serjão.

Natália, Larissa, Maria, Jéssica, Stéfani e tantas outras.

Natan, e as palavras de apoio às meninas.

Vinícius, e as perguntas fora de hora (rsrsrsrs).

Marcelo, e a motivação para as meninas no momentos de dificuldade.

Max, o "esquilo". Carrasco e amigo.

Miguel Angelo, acima de tudo um grande amigo e incentivador das meninas.

Pedro Henrique, às vezes Shrek, às vezes príncipe. Mesmo carregando um "fardo" (rsrsrs), muito competente.

Obrigado a todos os pais, pois sem eles, nada seria possível.

2011 termina para o mirim com a sensação do dever cumprido. Grande parte do grupo sobe para o infantil, mas temos certeza que agora o trabalho está no caminho certo.

OBRIGADO POR TUDO!!!