segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Jean Chera, o "Novo Messi" se perdeu (recado aos pais de jovens e promissores atletas)


De Belo Horizonte, veio a notícia rotineira.

Jean Chera acaba de ser dispensado do Cruzeiro.

O clube não o quis utilizar nem na Copa São Paulo.

Nem como reserva.

A diretoria abriu mão do jogador de 18 anos sem drama na consciência.

Santos, Genoa, Flamengo e Atlético Paranaense fizeram a mesma coisa.

A avaliação foi no igual caminho.

Os dirigentes acreditam que ele foi mimado demais na adolescência.

Seu talento fora do comum na meninice acabou por contaminar seu maior incentivador.

A empolgação do pai, Celso Chera, é acusada de ter atrapalhado o filho.

Jean foi descoberto no Mato Grosso.

Seu talento com a bola na perna esquerda era impressionante.

Lembrava muito Messi quando era menino.

Logo foi levado para o Santos.

Os sonhos eram imensos.

Seria o novo substituto de Diego, de Ganso, de Neymar.

A assessoria do clube também tratou de espalhar a notícia.

Enviava às televisões vídeos do menino barbarizando no Mato Grosso.

Encantados, repórteres faziam fila na Vila Belmiro para entrevistá-lo.

Ele tinha um tratamento de rei.

Antes mesmo de virar profissional, recebia R$ 25 mil mensais.

Aluguel e escola particular pagos pelo clube.

Tietes o perseguiam.

Cansou de fazer matérias para revistas e jornais.

Todos tinham certeza que estavam em contato com um novo fenômeno.

Tanto que, segundo seu pai e empresário, ofertas não faltavam.

Clubes da Inglaterra, Itália, Espanha e Holanda sonhavam com Chera.

E ele se comportava como jogador especial.

Não se importava de esquecer da modéstia.

Falava abertamente em disputar a Copa do Mundo de 2014, com 18 anos.

A Umbro até personificou a chuteira que usava, com seu nome.


Mal sabia ele tudo que enfrentaria nos três anos seguintes.

Na Vila Belmiro, a badalação lhe teria feito muito mal.

Ele se limitava a querer a bola nos pés.

Deixou de ser um jogador participativo.

Seu rendimento físico era abaixo do exigido.

Jogadores menos talentosos porém mais bem preparados o anulavam.

A situação logo chamou a atenção da direção do clube.

Justo na época mais delicada.

A assinatura do primeiro contrato.

Jean Chera chegava a ter tanta atenção quanto Neymar.

Mas ao contrário do então companheiro, seu futebol ia caindo ao subir de categoria.

Ao chegar ao sub-17 do Santos foi para a reserva.

Seu pai ficou revoltado.

Não aceitava as explicações de que era um período de adaptação.

Chegou até a tirar o filho de uma partida ao vê-lo no banco.

Os dirigentes santistas chegaram a proibir que acompanhasse jogos do filho.

Revoltado, Celso discutiu, reclamou de perseguição ao filho.

Os treinadores se defendiam.

Diziam que Jean os deixavam de obedecer ao ver o pai.

Parava de correr e exigia a bola no pé, por ser o 'craque do time'.

Aí veio a conversa sobre o primeiro contrato profissional.

Segundo o Santos, a pedida foi absurda.

R$ 130 mil para um contrato de três anos.

E R$ 1 milhão de luvas.

Celso rebateu dizendo que pedira R$ 75 mil no primeiro ano.

R$ 100 mil no segundo e R$ 130 mil apenas no terceiro.

E mais a luva de R$ 1 milhão.

O Santos não aceitou, mas esperava nova conversa.

Não houve.

O jogador simplesmente pegou todas suas coisas.

E pelo twitter anunciou que não era mais jogador do Santos.

Fonte: Cosme Rímoli - Portal R7 

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