terça-feira, 12 de julho de 2011

Entrevista com José Roberto Padilha - Secretário de Esportes de Três Rios

Dando continuidade a nossa série de entrevistas, conversamos com José Roberto Padilha, Secretário de Esportes e Lazer do Município de Três Rios.
Zé Roberto, ex-ponta esquerda do Fluminense, conta um pouco da sua trajetória esportiva e política, além de contar alguns planos para o esporte da cidade.

Blog do Juca Junior (BJCJ) - Zé Roberto, você poderia nos passar um breve resumo da sua carreira esportiva?

Zé Roberto (ZR) - Comecei jogando futebol nos juvenis do Fluminense FC, aos 16 anos em 1968. Aos 18 fomos campeões cariocas e a seguir convocados para a seleção brasileira sub-20, que disputou o sul-americano de 1971 e o Torneio Internacional de Cannes, onde fomos campeões. Do Fluminense, base da seleção, foram eu, Abel, Nielsen, Marco Aurélio, Rubens Galaxie e Marinho. Fiquei nas Laranjeiras até 1976, após levantar duas taças Guanabara (71 e 75) e três estaduais (71,73 e 75). A seguir fui para o CR Flamengo, trocado pelo centro avante Doval, depois fui vendido para o Santa Cruz, de Recife onde sofri uma séria contusão no joelho esquerdo, que me obrigou a seguir com dificuldades na carreira. Mesmo assim ainda defendi o Itabuna, Marília, Americano e Goytacaz, de Campos, encerrando a carreira em 1975, defendendo o Bonsucesso FC.

BJCJ - E a sua carreira política, como começou?

ZR - Voltando a Três Rios, após encerrar a carreira, recebi um convite para ser coordenador de esportes do município, em 1986, pelo então prefeito Samir Nasser. Dois anos depois saí candidato a prefeito pelo PT, e novamente em 1992. Em 1996 e 2000 fui candidato a vereador, não me elegendo em nenhuma ocasião, embora tenha contribuído para o crescimento do partido na cidade. Em 2003 fui convidado a ser coordenador do secretario de esportes Vinícius Farah, atual prefeito, e assumi a secretaria quando ele se tornou prefeito, em 2009.

BJCJ - Quais seus planos à frente da Secretaria de Esportes de Três Rios, na administração do Prefeito Vinícius Farah?

ZR - Dar a todas as modalidades esportivas o padrão de qualidade que, hoje, ostentam a ginástica artística e o basquetebol. Acabamos de assinar um convenio com a federação de ciclismo do RJ para capacitar nossos atletas e vamos disputar a Liga de Futsal Carioca no segundo semestre. Apoiamos o clube de Xadrez, a Malha, os Corredores de Rua, o Judô e o Jiu Jitsu. Também o Handebol, que está pelo segundo ano disputando o Handbeach nas praias de Copacabana. Agora chegou a vez do voleibol, onde esperamos, com a visibilidade da Copa Brasil Mirim, receber novas adeptas da modalidade.

BJCJ - Como surgiu a ideia de sediar a Copa Brasil Mirim de Voleibol Feminino?

ZR - Três Rios é uma das cinco cidades, entre os 92 municípios fluminenses, que não recebe um só tostão dos royalties do petróleo. E temos uma pequena participação do fundo federal destinados ao nosso município em razão da nossa população (76.360 habitantes). Mas aprendemos com nosso prefeito, Vinícius Farah, a viver com os royalties da ousadia, encarar desafios, como ele mesmo demonstrou quando conseguiu trazer a Nestlé para Três Rios.

BJCJ - A cidade de Três Rios já é referência no desenvolvimento de alguns esportes, como basquetebol e ginástica olímpica. E o voleibol, o que você planeja para desenvolver este esporte na cidade?

ZR - Quando recebemos o convite da federação tínhamos todas as razões para não aceitar: nosso ginásio poliesportivo não está pronto, não tínhamos time feminino sub-13 e o caixa estava baixo. Mas compramos a idéia para sacudir o voleibol e aí fomos presenteados com o efeito Sasha: da noite para o dia patrocinadores se apresentaram, 18 meninas compareceram à convocação e na cidade não se fala em outra coisa a não ser a Copa Brasil.

BJCJ - Qual o recado que você deixa para os pais, as atletas, os torcedores e a própria população de Três Rios, em relação à Copa Brasil Mirim de Voleibol Feminino?

ZR - Aos pais, incentivarem seus filhos a praticar esporte. Estamos vivendo um momento complicado com o assédio, em todo o estado, dos traficantes que foram expulsos das favelas cariocas pela UPPs. Embora segura, com câmeras de monitoramento por todos os lados, a cidade não está imune a eles. Mas a menina, e o menino, que praticam esporte e competem, descobrem que seu maior instrumento de trabalho é o corpo, e para alcançar melhores desempenhos, tratam de blindá-lo, protegê-lo. Neste processo, a noite perde para o dia, o cigarro para as vitaminas, a boate para os treinamentos, e droga nenhuma consegue penetrar em novo e seu saudável universo. Para as atletas, é só somar seus 13 anos de agora, com a idade que ostentarão durante as olimpíadas 2016. Vão estar com 18 anos, no auge, prontas para serem convocadas pelo Zé Roberto para botar uma medalha no peito, subir ao pódio, chorar durante o hino nacional. Mas a batalha começa dia 26 de Julho, em nossa cidade. Portanto mãos, e manchetes, à obra.

BJCJ - Abrimos este espaço para suas considerações finais.

ZR - Agradecemos a Federação de Voleibol do Estado do Rio de Janeiro, que nos deu a oportunidade de sediar a competição, e ao Botafogo FR, que nos cedeu quatro atletas para a competição e nos acenou com a possibilidade de desenvolver um intercâmbio entre nossas modalidades olímpicas.

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