domingo, 16 de janeiro de 2011

Magnano: 'Vamos criar mentalidade agressiva e espírito de luta'

Depois de falar sobre defesa no curso da Escola Nacional de Treinadores, técnico da seleção foca no projeto da seleção permanente sub-19.

O cansaço é aparente e Rubén Magnano não nega. Os dias do técnico da seleção brasileira têm sido corridos e totalmente dedicados ao basquete. Depois de ter viajado o país para acompanhar os campeonatos de base e de cumprir sua rotina de ir aos ginásios ver jogos do NBB, Magnano deu palestras no primeiro curso da Escola Nacional de Treinadores, no Rio. Sempre com plateia atenta, silenciosa e interessada nos conceitos de defesa agressiva de que ele falava. Postura que será passada também para os meninos da seleção permanente sub-19, que a partir de 5 de fevereiro irão morar, estudar e treinar em São Sebastião do Paraíso (MG).

- Aqui ninguém tem a verdade absoluta. A ideia é que esses treinadores avaliem o que está sendo dito. Não são imposições, mas é uma iniciativa que dará frutos para o futuro. Quando a gente vê um auditório muito atento, em silêncio já é um sintoma muito importante para o aprendizado - disse Magnano.

Entre os que ouviam as palavras do campeão olímpico estava Espiga, ex-jogador e atual auxiliar de Alberto Bial no Joinville.

- Eu tive técnicos que falavam que defesa era 80% coração. E não é. Tem tática e técnica para defender. O Magnano é um ícone. Todo técnico de seleção vira parâmetro para os outros. Temos que sugar toda a experiência de um cara desse. Gostei muito dele falando sobre defesa. Tudo para ele tem um porquê - afirmou.
E a partir do próximo mês, jovens jogadores aspirantes à seleção principal vão ter seis meses na companhia de Magnano. Ele também se mudará para a cidade mineira para acompanhar de perto o trabalho da comissão técnica que terá José Neto à frente. Não gosta de ser chamado de coordenador do projeto. Prefere dizer que estará lá para ajudar. E será importante para criar uma nova mentalidade, uma postura mais competitiva desde cedo. Algo que é ensinado também em seu país, onde os atletas são tão conhecidos pelo espírito aguerrido.

- A ideia é transmitir uma formação global para que o jogo cresça técnica, tática e fisicamente. Para que eles possam usar isso nos clubes. A ideia é criar uma mentalidade de trabalho, de sacrifício e de luta. Uma mentalidade agressiva e corajosa tanto ofensiva quanto defensiva. Atitude e inteligência são importantes para jogar basquete. E eles precisam entender que é preciso melhorar as atitudes - ressaltou.

O grupo escolhido terá 15 meninos, mas a lista ainda não foi fechada. Magnano ainda aguarda a resposta de alguns clubes com relação à liberação de seus jogadores para o período de seis meses de preparação no centro de treinamento, além de amistosos internacionais contra equipes da escola europeia. Mas ele já sabe que três ou quatro não serão liberados. Essas vagas serão preenchidas por jogadores que estarão num grupo formado por cerca de 20 meninos, escolhidos após a observação de Magnano e também indicados por outros treinadores.

- Eu entendo a necessidade dos clubes e respeito isso. Cada um tem sua própria realidade. Alguns alegam que não liberam porque precisam deles treinando com a equipe principal e já têm um trabalho de desenvolvimento para esses jogadores nos clubes. Vamos acreditar no trabalho dos clubes.

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